A diabólica arma do individualismo

Senhas Diárias – 01/09/2025

Josué 23.8 – “Apeguem-se ao Senhor, seu Deus, como vocês têm feito até o dia de hoje.”

Hebreus 10.25 – “Não deixemos de nos congregar, como é costume de alguns. Pelo contrário, façamos admoestações, ainda mais agora que vocês veem que o Dia se aproxima.”

Praticar exercícios físicos individualmente é mais difícil. Requer muita disciplina, vontade e organização. Por isso, muitas pessoas preferem praticar exercícios físicos com outras pessoas onde umas incentivam às outras. Quando alguém desanima, outra pessoa pode encorajá-la, animá-la e motivá-la a continuar – o que geralmente dá muito certo.

Da mesma forma acontece na vida de fé. Durante a História da Igreja, não apenas os Domingos eram os momentos de encontro e comunhão para fortalecer a fé, mas também as liturgias das horas nos templos cristãos. Já os mosteiros eram o lugar do fortalecimento espiritual mútuo através do afastamento das preocupações mundanas. Viver a fé de modo individual é muito difícil – assim como a prática de exercícios físicos. Claro, precisa haver momentos solitários de oração, estudo da Bíblia, devoção. Mas isso jamais pode estar isolado da comunhão na Igreja.

Hoje, as pessoas não apenas “esqueceram de Deus”, mas “esqueceram que esqueceram de Deus” (frase do bispo luterano alemão Axel Noack). O individualismo pós-moderno tem sido – sim! – uma poderosa arma do diabo contra a Igreja de Jesus, pois o inimigo sabe que individualmente é mais difícil as pessoas se manterem na fé verdadeira – e continuarem o seu “treino” espiritual.

Se as pessoas “esqueceram que esqueceram de Deus”, elas precisam hoje “aprender que precisam aprender com Jesus”. Isso é discipulado – não apenas individualmente, mas em grupos que se encorajam, animam e motivam a seguir caminhando com Jesus, apesar da “carne” (autojustificação), dos pecados e das falhas. Quem se isola estará mais suscetível a falhar, cair e desanimar.

A defesa da Igreja é buscar em Deus o seu refúgio e a sua fortaleza (cf. Salmo 46, de onde Lutero inspirou o hino Castelo Forte) e saber que nem as portas do inferno prevalecerão contra a Igreja do Senhor Jesus (cf. Mateus 16.18-20).

Portanto, não se isole, não caia na diabólica armadilha do individualismo. Venha participar. Venha viver comunhão. Venha viver o amor de Deus com outras pessoas. E, caso você não possa vir por causa de enfermidades, peça uma visita pastoral à sua casa para você permanecer na Comunhão.

Juntos, somos mais fortes. Que Deus nos conceda discernimento espiritual para enxergarmos no individualismo os males que geralmente não conseguimos ver. Que Deus nos conceda humildade para que as feridas que possam ter sido causadas na comunhão da Igreja possam ser curadas através do perdão. Que Deus nos conceda a bênção de nos apegarmos cada vez mais à ele em comunhão com outras pessoas.

P. William Felipe Zacarias.

Novo Hamburgo/RS, 01 de Setembro de 2025.